Úlcera do Pé Diabético: Uma em cada quatro pessoas com diabetes sofre com úlceras nos pés que podem levar à amputação
Cerca de 25% das pessoas com diabetes desenvolvem problemas nos pés ao longo da vida e o surgimento da úlcera do pé diabético (UPD) precede 85% das amputações realizadas no Brasil. Saiba como prevenir e tratar a condição.
O Brasil é o quinto país com o maior número de casos de diabetes, atingindo 16,8 milhões de pessoas, de acordo com o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF)[1]. Para combater esse problema, a data 14 de novembro foi escolhida como o Dia Mundial do Diabetes, voltado para a conscientização dessa condição que traz uma série de complicações para a vida destas pessoas.
Entre as mais graves estão as alterações nos pés das pessoas com diabetes, que podem sofrer com úlceras, causadas por alterações dos nervos ou dos vasos (mudanças provocadas pela diabetes). Cerca de 25% das pessoas com diabetes desenvolvem problemas nos pés ao longo da vida, apontam estimativas de 2020 da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)[2].
Quando não tratada, essa complicação pode levar à amputação de dedos, pé ou de parte da perna. O surgimento da úlcera do pé diabético é uma das principais razões por trás de 85% das amputações realizadas no Brasil[3]. Alguns sintomas que ajudam na identificação do risco para o seu desenvolvimento são formigamento, perda da sensibilidade local, dores, queimação, dormência e fraqueza nas pernas.
“O cuidado com a úlcera de pé diabético começa com a avaliação clínica e a classificação da úlcera, com base na avaliação da extensão, da profundidade e da presença de infecção. O que vai determinar a natureza e a intensidade do tratamento”, Carolina Campolim, enfermeira estomaterapeuta e coordendora clínica da Mölnlycke Health Care.
Orientações da Associação Europeia de Gerenciamento de Feridas[4] indicam que o tratamento deve ser focado na remoção do tecido desvitalizado quando indicado, controle bacteriano, proteção da superfície com curativos apropriados, inspeção frequente e avaliação da umidade para evitar que a pele fique hiper hidratada e frágil, dificultando a cicatrização.
“Saber fazer o manejo das feridas é essencial para a cicatrização das úlceras. É importante utilizar curativos com alta capacidade de absorção e retenção, que ofereçam controle de exsudato (secreção da úlcera), com propriedades de retenção de bactéria, alta taxa de conformidade e flexibilidade ao formato do pé, e também sejam finos para serem agregados a práticas como o offloading. Na Molnlycke, temos o curativo Mepilex Border Flex para isso, por exemplo”, aponta Carolina.
Outros cuidados que devem ser levados em conta em relação ao diabetes para a prevenção da úlcera do pé diabético são, fazer o controle da glicemia, manter uma dieta equilibrada, realizar atividades físicas, não fumar, hidratar a pele, aparar as unhas e proteger os pés contra mudanças de temperatura.
Além disso, outras medidas que podem auxiliar na prevenção são, manter os pés sempre limpos, usar meias sem costuras, fazer lavagens com água morna, não andar descalço, não retirar calos, optar por calçados fechados, macios, confortáveis e com solados rígidos, além de observar diariamente o estado dos pés e possíveis feridas.
[1] https://diabetesatlas.org/en/resources/
[2] http://www.saude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Diretrizes-Sociedade-Brasileira-de-Diabetes-2019-2020.pdf
[3] https://www.endocrino.org.br/pe-diabetico/#:~:text=Estima%2Dse%20que%20uma%20em,que%20precedem%2085%25%20das%20amputa%C3%A7%C3%B5es.
[4] https://www.molnlycke.com.br/cuidados/ulcera-do-pe-diabetico/